Etapa 03 - Formatação de Roteiros


A criação dos roteiros ecoturísticos do PEIC Mata Atlântica significou criar uma programação de visitas às regiões turísticas (corredores prioritários), combinando atrativos, equipamentos, informações e serviços, observando a infra-estrutura turística local.

Na formatação das informações levantadas, a equipe procurou estruturar, ordenar, e ampliar a oferta turística local de forma integrada e organizada, possibilitando: o estímulo à criação de novos negócios e a expansão dos que já existem; o fortalecimento da identidade regional, especialmente através de roteiros segmentados como os de Turismo Pedagógico; o aumento da visitação, da permanência e do gasto médio do turista; a promoção do zoneamento das regiões turísticas; e o subsídio a parâmetros técnicos para elaboração das diretrizes finais do Plano.

Trazendo novamente à memória, a determinação dos roteiros do PEIC Mata Atlântica seguiu as seguintes orientações:

Þ    Investigação da situação atual dos corredores prioritários;
Þ    Envolvimento dos atores locais;
Þ    Zoneamento das regiões turísticas e definição de segmentos;
Þ    Avaliação e hierarquização das zonas turísticas;
Þ    Elaboração dos roteiros segmentados.

A Investigação da situação atual dos corredores prioritários foi iniciada  durante a etapa de Inventários e Diagnósticos, sendo retroalimentada na medida em que as ações seguintes iam se formando.

O processo de Envolvimento dos atores locais foi introduzida ja nas reuniões  reliminares com o poder público local e intensificada durante a etapa de Oficinas e Palestras.


Zoneamento das regiões turísticas e definição de segmentos

A definição de segmentos para o desenvolvimento dos roteiros dependeu da indicação das principais aptidões ecoturísticas dos corredores prioritários (regiões turísticas), identificadas a partir dos principais atrativos encontrados, o que possibilitou a determinação de Zonas Turísticas, tornando possível a segmentação apropriada e posterior formatação dos roteiros ecoturísticos, apoiando-se, sobretudo, num estudo interpretativo da representatividade geográfica, ambiental e histórico-cultural dos atrativos e o grau de semelhança entre seus pares.

Inicialmente, a definição das Zonas Turísticas dependeu da avaliação do potencial de atratividade para ingressar no mercado e posibilidades de realizar investimentos futuros, além do estado de conservação atual dos atrativos, baseado em fatores que pudessem viabilizar o manejo das atividades de forma compatível com as várias características e necessidades do ambiente (fatores físicos, estéticos, demanda de mercado, uso da terra pela comunidade, acessibilidade, trilhas existentes, tipos de atrativos, áreas públicas e privadas etc).

REPRESENTATIVIDADE
INTERPRETAÇÃO

Cultura Autêntica e Rica
Identificar a história, os patrimônios, o folclore, as manifestações artísticas, artesanato, os eventos e costumes locais.


Natureza Preservada

Buscar parques, reservas naturais, praias, rios, lagos, montanhas e matas em condições especiais.

Este estudo identificou 64 Zonas Turísticas, devidamente segmentadas, tornando-se territórios que admitem a ação recíproca de uma ou mais tipologias afins, pela oferta de diferentes atividades, agregando-lhes valor.

Avaliação e hierarquização das zonas turísticas

Identificadas as Zonas Turísticas e suas respectivas tipologias, o estudo dirigiu-se para: a avaliação do potencial de atratividade atual e futuro dessas áreas; e o alcance do mercado ecoturístico estadual, regional, nacional e internacional, objetivando em especial o reconhecimento quanto ao grau de representatividade ecoturística de cada uma delas a fim de, neste momento, incluí-las ou não em um roteiro turístico.

Para determinar a importância dessas áreas, foi aplicada uma metodologia de hierarquização de atrativos turísticos, justaposta e adaptada aos interesses exclusivos deste trabalho, determinando o valor dos atrativos quanto à sua potencialidade e representatividade e avaliando alguns itens essenciais, como: acessibilidade, transporte, apoio local, serviços turísticos, conservação da paisagem, grau de uso atual.

O quadro abaixo apresenta o desenvolvimento do potencial de uma zona em escala de valor utilizada para avaliar o grau de atratividade das áreas, conforme as características, peculiaridades e o interesse que podem despertar nos ecoturistas.

Hierarquia
Características

3
(alto)
É todo atrativo turístico excepcional e de grande interesse, com significação para o mercado turístico internacional, capaz de, por si só, motivar importantes correntes de visitantes, atuais e potenciais.

2
(médio)
Atrativos com aspectos excepcionais em um país, capazes de motivar uma corrente atual ou potencial de visitantes deste país ou estrangeiros, em conjunto com outros atrativos próximos a este.

1
(baixo)
Atrativos com algum aspecto expressivo, capazes de interessar visitantes oriundos de lugares no próprio país, que tenham chegado à área por outras motivações turísticas, ou capazes de motivar fluxos turísticos regionais e locais (atuais e potenciais).

0
(nenhum)
Atrativos sem méritos suficientes, mas que são parte do patrimônio turístico como elementos que podem complementar outros de maior hierarquia. Podem motivar correntes turísticas locais, em particular a demanda de recreação popular.

Fonte: OMT, 2003

Foram consideradas também particularidades intrínsecas às atividades ditas ecoturísticas, tais como: acomodações com características especiais, organizadas e planejadas dentro dos conceitos ambientais e de acessibilidade; gastronomia genuína e de qualidade; serviço de condutores de ecoturismo qualificados; e atividades complementares de incentivo à pesquisa, promoção do conhecimento, responsabilidade social e valorização da cultura local.

SERVIÇOS
INTERPRETAÇÃO
Hospedagem
Acomodações com características especiais e compatíveis com a atividade, organizadas e planejadas dentro dos conceitos ambientais e de acessibilidade, situadas em áreas protegidas ou adjacentes a elas.
Alimentação
Gastronomia genuína e de qualidade, geralmente oferecida em conjunto com os serviços de hospedagem em estabelecimentos adequados que considerem a manipulação segura de alimentos e a higiene.
Condução e Guiamento
Buscar serviço de guias e condutores de ecoturismo qualificados para exercerem atividades de ecoturismo e tipologias a fins.

Agregação de Valor
Buscar atividades, serviços, valores e outros atributos que aumentam a atratividade do destino (incentivo à pesquisa, promoção do conhecimento, responsabilidade social e valorização da cultura local).
                                                                                                          Fonte: ICE, 2011
                                                                                                          
AGREGAÇÃO DE VALOR
INTERPRETAÇÃO
Promoção de conhecimento
Atividades que promovam informações sobre a dinâmica dos ecossistemas, o significado de elementos da natureza e a interpretação correta nos recursos.
Responsabilidade social
Ações que promovam iniciativas favoráveis ao desenvolvimento local e a inclusão social de comunidades menos favorecidas, através da participação no incentivo de atividades ecoturísticas.
Valorização da cultura local
Valorização da diversidade cultural que enfatize os saberes, fazeres e a identidade cultural incorporada na experiência turística, participativamente incorporada na oferta de serviços de alimentação, de hospedagem e de recreação.
                                                                                        Fonte: ICE, 2011

Roteiros Segmentados

Este estudo entende que um roteiro ecoturístico passa pela reunião interpretativa dos vários atributos alusivos ao patrimônio histórico e natural em conformidade com o destino turístico, considerando as diferentes tipologias apresentadas, podendo servir aos muitos interesses (contemplar ou observar) e intenções (estudar ou recrear) de públicos variados.

Assim, este trabalho tratou de elaborar roteiros segmentados para todos os corredores prioritários, seguindo as tipologias identificadas e respeitando as limitações estruturais obtidas nos estudos de hierarquização das zonas turísticas.

Segundo a cadeia de distribuição e comercialização de produtos turísticos, segue na tabela abaixo o conceito dos roteiros segmentados utilizados neste trabalho e seus respectivos conceitos:


Roteiro Segmentado
Conceito
Indireto (ou Agenciado)
Comercializados por agências e operadoras de ecoturismo, que pode oferecer hospedagem, alimentação, transporte, recepção e prática da atividade de ecoturismo e aventura, entre outros.
Direto (ou Autoguiado)
Organizado diretamente pelo turista que orientado por um mapa e demais informações sobre o roteiro estabelecem contato com os serviços locais e agendam sua hospedagem, suas atividades recreativas e alimentação e a prática da atividade de aventura.

Fonte: Ministério do Turismo, 2009

Finalmente, partindo do pressuposto de que um roteiro ecoturístico pode atender os interesses de públicos distintos, alcançando desde adolescentes até “jovens da terceira idade”, cujas preferências vão da sofisticação à rusticidade, esse estudo de roteirização buscou ser propositivo em conjeturar roteiros segmentados que agregassem todas as regiões estudadas.

Foram preliminarmente identificados 21 roteiros, que abrangem todos os segmentos identificados neste plano, entendendo ser possível a promoção destes através de diferentes canais de distribuição disponíveis no mercado.


Esta fase tratou ainda de mapear e interpretar 35 percursos que envolvessem atividades de caminhada e canoagem nos dez corredores prioritários.

O processo final de formatação destes roteiros considerou as seguintes normas técnicas:

ABNT NBR 15285
Turismo de aventura – Condutores – Competências de pessoal
ABNT NBR 15286
Turismo de aventura – Informações mínimas preliminares a clientes

ABNT NBR 15505-1
Turismo com atividades de caminhada – Parte 1 – Requisitos para produto

ABNT NBR 15505-2
Turismo com atividades de caminhada – Parte 2 – Classificação de percursos

Fonte: SEBRAE, 2009
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RESULTADOS QUANTITATIVOS
Roteiros levantados
21
Zonas turísticas indicadas
64
Trilhas Interpretadas
35
Registro fotográfico
3709
Pontos Georreferenciados
723
Mapas gerados
15
Quilômetros percorridos
8521

Zonas Turísticas
Tipologias
REBIO Córrego do Veado
Ecoturismo e Estudos
Formações Geológicas do Córrego do Veado
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Rio do Norte
Ecoturismo e Estudos
Fazenda Escardini
Ecoturismo, Estudos e Aventura
APA Estadual da Pedra do Elefante
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Formação Geológica de Cristalina
Aventura
Fortuna e Barra Seca
Aventura
Pip-nuk do Rio Cricaré
Cultural, Estudos e Aventura
REBIO de Sooretama
Ecoturismo e Estudos
Reserva Natural da VALE
Ecoturismo e Estudos
FLONA de Goytacazes
Ecoturismo e Estudos
REBIO Comboios
Ecoturismo e Estudos
Lagoas do Socomgo
Ecoturismo, Aventura e Rural
Delta do Rio Doce
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Itapina
Cultural e Estudos
Formação Geológica dos Cinco Pontões
Aventura
Ibituba
Aventura
Serra do Palmital
Ecoturismo e Aventura
Patrimônio Cultural de Itaguaçú
Cultural e Estudos
Serra do Alto Misterioso
Estudos, Aventura e Rural
REBIO Augusto Ruschi
Ecoturismo e Estudos
Estação Biológica de Santa Lúcia
Ecoturismo e Estudos
Parque Municipal de São Lourenço
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Serra do Caravaggio
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Patrimônio Cultural de Santa Teresa
Cultural e Estudos
Comunidade do Tirol
Ecoturismo, Estudos, Cultural e Aventura
Rota Caminho do Imigrante
Ecoturismo, Cultural e Aventura
Patrimônio Cultural de Santa Leopoldina
Cultural e Estudos
Cachoeiras de Santa Leopoldina
Ecoturismo e Aventura
Serra do Ramalhete
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Represa de Rio Bonito
Aventura
Pedra do Garrafão
Ecoturismo e Aventura
Projeto Muriqui
Estudos
Propriedades Agroecológicas
Estudos
Parque Municipal do Goiapaba-açú
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Região de Pendanga e Rio Lampê
Cultural e Aventura
Mosteiro Zen Morro da Vargem
Estudos e Cultural
Parque Natural Municipal do Aricanga
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Igreja Monte Serrat
Aventura
RPPN Três Pontões
Ecoturismo e Aventura
RPPN Vovó Dindinha
Ecoturismo e Cultural
Pedra dos Três Pontões
Aventura
Vale do Berra Onça
Ecoturismo, Aventura e Rural
Caminho do Emboque
Ecoturismo, Aventura e Rural
Rota Imperial de Conceição do Castelo
Ecoturismo, Estudo e Aventura
APA Estadual de Guanandy
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Patrimônio Cultural de Itapemirim
Cultural e Estudos
Rio Itapemirim
Aventura
MONA Falésias de Marataízes
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Monte Aghá
Aventura
Complexo Insular do Guanandy
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Grupo Bicho do Mato
Ecoturismo, Estudos e Cultural
Circuito Turístico Águas de Burarama
Ecoturismo, Aventura e Rural
RPPN Cafundó
Ecoturismo e Estudos
FLONA de Pacotuba
Estudos
PARNA Caparaó
Ecoturismo, Estudos e Aventura
Patrimônio da Penha
Ecoturismo, Cultural e Aventura
Região de Pedra Roxa
Ecoturismo
Comunidade São João do Príncipe
Estudos e Cultural
REBIO de Duas Bocas
Estudos
Vale do Moxuara
Ecoturismo, Estudos, Aventura e Rural
APA Estadual do Mestre Álvaro
Ecoturismo, Estudos, Aventura, Cultural e Rural
APA do Morro do Vilante
Aventura
APA da Lagoa Jacuném
Ecoturismo, Estudos e Aventura

 

TRILHAS INTERPRETATIVAS
NOME
CORREDOR
1.       Pedra da Botelha
Córrego do Veado
2.       REBIO Córrego do Veado
Córrego do Veado
3.       Trilha Pedagógica da Botelhinha
Córrego do Veado
4.       Pedra do Presidente
Córrego do Veado
5.       Pedra do Elefante
Pedra do Elefante
6.       Trilha do Palmeto
Socomgo
7.       Trilha do Pequi Vinagreiro
Socomgo
8.       Anjos da Lagoinha
Socomgo
9.       Segredos do Degredo
Socomgo
10.   Três Marias
Duas Bocas – Mestre Álvaro
11.   Ilha do Gambá
Guanandy
12.   Ilha dos Cabritos
Guanandy
13.   Ilha dos Franceses
Guanandy
14.   Pedra da Ampulheta
Alto Misterioso
15.   Areia Branca
Alto Misterioso
16.   Recanto das Águas
Saíra-apunhalada
17.   RPPN Vovó Dindinha
Saíra-apunhalada
18.   RPPN Três Pontões
Saíra-apunhalada
19.   Árvores Centenárias
Burarama-Pacotuba-Cafundó
20.   Pedra Lisa
Burarama-Pacotuba-Cafundó
21.   Ribeirão Floresta
Burarama-Pacotuba-Cafundó
22.   Cachoeira da Farofa
Caparaó
23.   Cachoeira do Aurélio
Caparaó
24.   Cachoeira dos Sete Pilões
Caparaó
25.   Pico da Bandeira
Caparaó
26.   Cachoeiras da Penha
Caparaó
27.   Cachoeira Alta
Caparaó
28.   Trilha do Vigia
Centro Norte Serrano
29.   Trilha do Oratório
Centro Norte Serrano
30.   Trilha da Lagoa
Centro Norte Serrano
31.   Santa Lúcia
Centro Norte Serrano
32.   Trilha Renascer
Centro Norte Serrano
33.   Trilha do Retiro
Centro Norte Serrano
34.   Trilha do Viveiro
Centro Norte Serrano
35.   Trilha da Onça Parda
Centro Norte Serrano